05 fevereiro 2008

 

VINHO NOVO EM ODRE VELHO

.
Cedinho da manhã, o seu destino era a fazenda do Samburá. Enquanto arrumava a mochila, escutava Pink Floyd e bebia vinho. O som progressivo apressava o término de cada cálice. Ele sabia disso, e sorria. Os cálices esvaziavam e enchiam como o vento dentro de uma casa arejada.

Um banho quente seria ideal.

Trocou Pink Floyd por Los Hermanos, e baixou o volume. Completou o último cálice como as prostitutas preparam o sexo. Na hora de dormir, mesmo sabendo da viagem para a fazenda do Samburá, fechou os olhos como não precisasse abri-los ao acordar.

Dormiu nu. Juntou-se ao Poeta, na mesma cama, mais para velar seu sono do que para dormir, Léa, a gata. Achara na rua há anos, a morrer de frio e fome.

Sob a cama, a última taça de vinho. Intacta. Era um vinho novo em uma taça usada.
.

Comentários:
Olá, Rodrigo!

Nos conhecemos na antiga weblogger, que de tão problemática nos fez abrir outras casas em outros endereços, mas vez por outra nos falamos. Lembra?

Vou deixar meu link e um caloroso Uivoooooooo para você.

Beijooooooosssssssss
 
Rodrigo, você escreve muito bem. É conciso e maneja bem demais a linguagem. Adorei!
abraço, aíla
 
Quem é ele?


Beijo,


Dona da foto.
 
ahh que vinho delicioso de tomar esse!
Adorei! E fiquei ouvindo Kashmir..

Beijos muitos!
 
Los Hermanos, embalou e há de embalar muitos momentos de minha vida.
Você escreve muito bem, estou gostando muito!
 
Gostei.
O Poeta que cheira vinho amanhecido, com os pés descalços de areia e o cabelo teimosamente duro parece uma cor. Parece muito mais uma sombra que cresce ou diminue conforme o calor dos sentimentos...uma alegoria...fantasia...devaneio.
Que bom que existem sonhadores que semeiam a imaginação e arrancam risos inocentes.
Parabéns.
 
Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Assinar Postagens [Atom]