24 janeiro 2008
O PAI DO CASTOR
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Castor tinha dezesseis anos. Um típico adolescente de classe média baixa. Tinha pai, tinha mãe, tinha um irmão e uma irmã deliciosa. O pai de Castor era representante comercial, e trabalhava viajando pelo interior do Ceará e do Piauí. Raras vezes viajava para o Rio de Janeiro, e mais raro ainda era viajar para os EUA. Sempre por intermédio da empresa.
Em uma dessas viagens, o seu Bené já estava com o carro preparado para seguir Ceará adentro, e cumpriu o ritual de beijos e despedidas frias e automáticas com a família.
Briga de família não precisa de nada para começar. Começou. Era uma chateação boba entre Castor e seu pai. Ainda abusado, seu Bené entra no carro dizendo:
- Pode deixar... Daqui a dois dias eu volto, e eu mesmo resolvo.
- Tomara que nem volte. Que fique no meio do caminho. - respondeu Castor.
Bené não voltou mesmo. Sempre tem um carro na contra-mão para atrapalhar a vida alheia. Eu preciso dizer que Castor nunca mais foi o mesmo? As palavras têm poder ou sincronia de acontecimentos pré-agendados? Descuidos do motorista da contra-mão ou pura fatalidade? Azar do seu Bené ou má sorte do Castor?
Cada um acredita como quer.
Castor sempre se considerou o homicida do pai, pensou até em se entregar à polícia. E entregou-se mesmo. Foi o delegado quem o aconselhou a procurar um terapeuta.
Alguns anos de terapia transformaram o Castor no cara mais boa-praça da vizinhança. Sabe que não tem culpa da morte do pai, só lamenta bastante não tê-lo beijado mais apaixonadamente naquela data que seria a última. Aliás, lamenta mesmo é nem ter beijado o pai antes da viagem para a terra do nunca mais.
O filho do seu Bené tem uma lembrança alegre. Uma pizza que pediram na noite anterior, e saborearam em família: rindo, comendo e brincando. Eles se amavam mesmo.
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Castor tinha dezesseis anos. Um típico adolescente de classe média baixa. Tinha pai, tinha mãe, tinha um irmão e uma irmã deliciosa. O pai de Castor era representante comercial, e trabalhava viajando pelo interior do Ceará e do Piauí. Raras vezes viajava para o Rio de Janeiro, e mais raro ainda era viajar para os EUA. Sempre por intermédio da empresa.
Em uma dessas viagens, o seu Bené já estava com o carro preparado para seguir Ceará adentro, e cumpriu o ritual de beijos e despedidas frias e automáticas com a família.
Briga de família não precisa de nada para começar. Começou. Era uma chateação boba entre Castor e seu pai. Ainda abusado, seu Bené entra no carro dizendo:
- Pode deixar... Daqui a dois dias eu volto, e eu mesmo resolvo.
- Tomara que nem volte. Que fique no meio do caminho. - respondeu Castor.
Bené não voltou mesmo. Sempre tem um carro na contra-mão para atrapalhar a vida alheia. Eu preciso dizer que Castor nunca mais foi o mesmo? As palavras têm poder ou sincronia de acontecimentos pré-agendados? Descuidos do motorista da contra-mão ou pura fatalidade? Azar do seu Bené ou má sorte do Castor?
Cada um acredita como quer.
Castor sempre se considerou o homicida do pai, pensou até em se entregar à polícia. E entregou-se mesmo. Foi o delegado quem o aconselhou a procurar um terapeuta.
Alguns anos de terapia transformaram o Castor no cara mais boa-praça da vizinhança. Sabe que não tem culpa da morte do pai, só lamenta bastante não tê-lo beijado mais apaixonadamente naquela data que seria a última. Aliás, lamenta mesmo é nem ter beijado o pai antes da viagem para a terra do nunca mais.
O filho do seu Bené tem uma lembrança alegre. Uma pizza que pediram na noite anterior, e saborearam em família: rindo, comendo e brincando. Eles se amavam mesmo.
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Comentários:
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Lindo post.
Amor não muda nem acaba. O que acabam são as pessoas e o que muda são aqueles que sofreram com o fim. Mas amor... amor não muda, não.
Amor não muda nem acaba. O que acabam são as pessoas e o que muda são aqueles que sofreram com o fim. Mas amor... amor não muda, não.
Adoreiiiii
Como a Katia disse: amor não muda e nem acaba mesmo...
Sempre teremos as lembranças...
Beijos
Como a Katia disse: amor não muda e nem acaba mesmo...
Sempre teremos as lembranças...
Beijos
Execelente texto Rodrigo.
Se todos percebecem o poder que tem nossos sentimentos, pensamentos, pensariamos coisas melhores, desajriamos coisas boas para nossos ententes querido ou nao.
Minha V´´o sempre falava, nao devolva o mesmo que te deram, procure sempre devolver algo melhor e sao te deram nada, de o melhor mesmo assim.
OBS: palavras sem acento por que o teclado esta desconfigurado.
Abraçso meu Amigo
Karine Garcez
Se todos percebecem o poder que tem nossos sentimentos, pensamentos, pensariamos coisas melhores, desajriamos coisas boas para nossos ententes querido ou nao.
Minha V´´o sempre falava, nao devolva o mesmo que te deram, procure sempre devolver algo melhor e sao te deram nada, de o melhor mesmo assim.
OBS: palavras sem acento por que o teclado esta desconfigurado.
Abraçso meu Amigo
Karine Garcez
Cara,
Você sabe o que tenho a dizer sobre o blog, mesmo assim deixarei por escrito.
Muito bom, Rodrigo.
A tua escrita é sacana, voraz, simples.
Simples.
Simplesmente FODA! rsrsrs
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Você sabe o que tenho a dizer sobre o blog, mesmo assim deixarei por escrito.
Muito bom, Rodrigo.
A tua escrita é sacana, voraz, simples.
Simples.
Simplesmente FODA! rsrsrs
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