27 janeiro 2008

 

O AVESSO DOS PONTEIROS

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O relógio do Poeta marcava duas e trinta e seis da manhã. O ponteiro dos segundos seguia os ritmos perfeito, circular e anacrônico. Ora, cada minuto conseguia, amiúde, conter sessenta segundos, por horas e dias a fio. Essa sincronia treinada, sem erros, sem mudanças, sem tempestividade, inundou de vazio o coração desacertado do Poeta.

Desceu, o Poeta, no rumo da praia, porque é lá que fica o mar. À noite, o mar é muito mais lindo: possui a aparência dos deuses invisíveis, e em sua água sacra só se entra com os pés nus no chão. Com uma lata de coca-cola na mão, saiu por aí, a pé, feito conquistador de prostitutas ricas.
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Comentários:
Fiquei com ciúme desse título! Humpf!

Hihihihi.
 
O poeta precisa andar na contramão, sem ponteiros, sem relógio, sem rumo, sem bússola.

O seu poema encarna a alma da poesia. Nua e crua.

Linda!!

Valdeck Almeida de Jesus
www.galinhapulando.com
 
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